Doenças e Condições


 



 As Doenças e Condições englobam uma ampla gama de alterações fisiopatológicas que podem comprometer a homeostase do organismo e impactar, de maneira significativa, a qualidade de vida. A compreensão adequada dessas enfermidades, assim como de seus fatores de risco, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento, é essencial para a promoção da saúde, prevenção de complicações e reabilitação funcional.

 O conhecimento técnico acerca de doenças e condições deve ser orientado por uma perspectiva integral do indivíduo, que considere aspectos físicos, emocionais, sociais e ambientais, favorecendo uma abordagem terapêutica humanizada e fundamentada em evidências.


Classificação das Doenças

1. Doenças Infecciosas e Parasitárias

 As doenças infecciosas são desencadeadas por agentes patogênicos, como vírus, bactérias, fungos ou protozoários. Podem se apresentar de forma aguda ou crônica, com transmissão ocorrendo por diversas vias, incluindo contato direto, ingestão de alimentos contaminados, picadas de vetores e exposição a fluidos biológicos.

 Exemplos comuns incluem:

- Infecções respiratórias agudas (gripe, pneumonia).

- Infecções gastrointestinais (diarreia, hepatites).

- Doenças parasitárias (toxoplasmose, giardíase).

- Infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, HIV).

 O diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica adequada são cruciais para evitar a disseminação e prevenir complicações sistêmicas.


2. Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)

 As DCNT caracterizam-se por sua longa duração, progressão lenta e, frequentemente, associação com estilos de vida inadequados. Representam a principal causa de morbidade e mortalidade em escala global.

Principais DCNT:

- Doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, insuficiência cardíaca).

- Diabetes mellitus.

- Câncer.

- Doenças respiratórias crônicas (asma, DPOC).

 A abordagem terapêutica requer a modificação de fatores de risco (sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada), monitoramento clínico, farmacoterapia e, quando pertinente, terapias complementares, como fisioterapia e acupuntura.


3. Doenças Musculoesqueléticas

 As doenças musculoesqueléticas afetam ossos, músculos, articulações, ligamentos e tendões, podendo limitar a funcionalidade e provocar dor crônica.

Doenças frequentes:

- Lombalgia.

- Osteoartrite.

- Fibromialgia.

- Lesões por esforço repetitivo (LER/DORT).

 A fisioterapia exerce um papel fundamental na avaliação, tratamento e prevenção dessas condições, por meio de técnicas que visam à analgesia, melhora da mobilidade articular, fortalecimento muscular e reeducação postural.


4. Doenças Neurológicas

 As doenças neurológicas comprometem o sistema nervoso central ou periférico, afetando funções motoras, cognitivas e sensoriais.

Exemplos relevantes:

- Acidente Vascular Cerebral (AVC).

- Doença de Parkinson.

- Esclerose múltipla.

- Neuropatias periféricas.

 A reabilitação neurológica tem como objetivo restaurar a funcionalidade, promover a independência e melhorar a qualidade de vida, por meio de recursos como fisioterapia neurofuncional, terapia ocupacional e acupuntura.


5. Doenças Autoimunes

 As doenças autoimunes decorrem de uma disfunção no sistema imunológico, que passa a atacar tecidos saudáveis do organismo. Geralmente, são crônicas e requerem acompanhamento multiprofissional.

Doenças autoimunes comuns:

- Lúpus eritematoso sistêmico.

- Artrite reumatoide.

- Doença celíaca.

- Síndrome de Sjögren.

 O tratamento visa controlar a resposta imunológica, minimizar os sintomas e prevenir danos aos órgãos e sistemas afetados.


6. Condições de Saúde Mental

 As condições de saúde mental caracterizam-se por alterações emocionais, cognitivas e comportamentais que impactam negativamente a vida pessoal, social e profissional.

 Principais condições:

- Transtornos de ansiedade.

- Depressão.

- Transtorno bipolar.

- Transtornos relacionados ao estresse, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

 O manejo dessas condições deve ser interdisciplinar, envolvendo psicoterapia, farmacoterapia e, quando indicado, terapias integrativas, como acupuntura e técnicas de relaxamento, que auxiliam na regulação emocional e na redução dos níveis de estresse.


Abordagem Integral das Doenças e Condições

 O manejo das doenças deve ser fundamentado em três pilares essenciais:

1. Promoção da Saúde

Implementação de estratégias que visem à melhoria da qualidade de vida e à prevenção de agravos, como o incentivo à prática de atividades físicas, alimentação saudável e cessação do tabagismo.

2. Prevenção de Doenças

Adoção de medidas preventivas específicas, como vacinação, rastreamento de fatores de risco, educação em saúde e orientação sobre hábitos de vida.

3. Reabilitação Funcional

 A reabilitação busca restaurar ou compensar funções prejudicadas por doenças, melhorando a autonomia e a qualidade de vida. A atuação fisioterapêutica é crucial nesse processo, mediante técnicas específicas adaptadas às necessidades individuais.


Importância da Atualização Profissional

 O conhecimento sobre doenças e condições está em constante evolução, impulsionado por avanços científicos e tecnológicos. Portanto, é imprescindível que os profissionais de saúde mantenham-se atualizados, fundamentando sua prática nas melhores evidências disponíveis e nos protocolos clínicos vigentes.

 A abordagem centrada na pessoa, com escuta ativa e respeito à singularidade, deve guiar a assistência, promovendo o cuidado integral e humanizado.


Referências Bibliográficas

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
  2. CUNHA, Antônio José Ledo Alves da. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.
  3. HARRISON, Tinsley Randolph. Medicina Interna de Harrison. 21. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2023.
  4. KRUGER, Teresa; ALMEIDA, Renata C. Fisioterapia nas Doenças Neuromusculares. São Paulo: Manole, 2021.
  5. MACEDO, Paula M. de; MARQUES, Renata. Manual de Saúde Mental. São Paulo: Atheneu, 2022.
  6. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório Mundial sobre Doenças Não Transmissíveis. Genebra: OMS, 2022.